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A ADETS
contempla Zilda Arns pelo brilhante
trabalho desenvolvido como pessoa, como
profissional, onde plantou sementes que
germinaram frutos efetivos, e muitos ainda hão
de germinar, fazendo valer a sua existência aqui
na terra, deixando os melhores exemplos a serem
seguidos e muitas saudades.
PARABÉNS, ZILDA
ARNS !!! |
Leia abaixo a íntegra da palestra que Zilda Arns,
médica e fundadora da Pastoral da Criança, que morreu no
terremoto no Haiti, ocorrido dia 12 de janeiro de 2010,
preparou para apresentar no país. Segundo o filho Nelson
Arns Neumann, Zilda fazia seu discurso quando as paredes da
igreja em que estava desabaram.
FOLHA ON LINE - 18/01/2010
Agradeço o honroso convite que me foi feito. Quero
manifestar minha grande alegria por estar aqui com todos
vocês em Porto Príncipe, Haiti, para participar da
assembleia de religiosos.
Como irmã de dois franciscanos e de três irmãs da
Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, estou
muito feliz entre todos vocês. Dou graças a Deus por este
momento.
Na realidade, todos nós estamos aqui, neste encontro, porque
sentimos dentro de nós um forte chamado para difundir ao
mundo a boa notícia de Jesus. A boa notícia, transformada em
ações concretas, é luz e esperança na conquista da Paz nas
famílias e nas nações. A construção da paz começa no coração
das pessoas e tem seu fundamento no amor, que tem suas
raízes na gestação e na primeira infância, e se transforma
em fraternidade e responsabilidade social.
A paz é uma conquista coletiva. Tem lugar quando encorajamos
as pessoas, quando promovemos os valores culturais e éticos,
as atitudes e práticas da busca do bem comum, que aprendemos
com nosso mestre Jesus: "Eu vim para que todos tenham vida e
a tenha em abundância" (Jo 10.10).
Espera-se que os agentes sociais continuem, além das
referências éticas e morais de nossa Igreja, ser como ela,
mestres em orientar as famílias e comunidades, especialmente
na área da saúde, educação e direitos humanos. Deste modo,
podemos formar a massa crítica das comunidades cristãs e de
outras religiões, em favor da proteção da criança desde a
concepção, e mais excepcionalmente até os seis anos, e do
adolescente. Devemos nos esforçar para que nossos
legisladores elaborem leis e os governos executem políticas
públicas que incentivem a qualidade da educação integral das
crianças e saúde, como prioridade absoluta.
O povo seguiu Jesus porque ele tinha palavras de esperança.
Assim, nós somos chamados para anunciar as experiências
positivas e os caminhos que levam as comunidades, famílias e
pais a serem mais justos e fraternos.
Como discípulos e missionários, convidados a evangelizar,
sabemos que força propulsora da transformação social está na
prática do maior de todos os mandamentos da Lei de Deus: o
amor, expressado na solidariedade fraterna, capaz de mover
montanhas: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a nós mesmos" significa trabalhar pela inclusão social,
fruto da Justiça; significa não ter preconceitos, aplicar
nossos melhores talentos em favor da vida plena,
prioritariamente daqueles que mais necessitam. Somar
esforços para alcançar os objetivos, servir com humildade e
misericórdia, sem perder a própria identidade.
Todo esse caminho necessita de comunicação constante para
iluminar, animar, fortalecer e democratizar nossa missão de
fé e vida. Cremos que esta transformação social exige um
investimento máximo de esforços para o desenvolvimento
integral das crianças. Este desenvolvimento começa quanto a
criança se encontra ainda no ventre sagrado da sua mãe. As
crianças, quando estão bem cuidadas, são sementes de paz e
esperança. Não existe ser humano mais perfeito, mais justo,
mais solidário e sem preconceitos que as crianças.
Não é por nada que disse Jesus: "... se vocês não ficarem
iguais a estas crianças, não entrará no Reino dos Céus" (MT
18,3). E "deixem que as crianças venham a mim, pois deles é
o Reino dos Céus" (Lc 18, 16).
Hoje vou compartilhar com vocês uma verdadeira história de
amor e inspiração divina, um sonho que se fez realidade.
Como ocorreu com os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35),
"Jesus caminhava todo o tempo com eles. Ele foi reconhecido
a partir do pão, símbolo da vida." Em outra passagem, quando
o barco no Mar da Galileia estava prestes a afundar sob
violentas ondas, ali estava Jesus com eles, para acalmar a
tormenta. (Mc 4, 35-41).
Com alegria vou contar o que "eu vi e o que tenho
testemunhado" a mais de 26 anos desde a fundação da Pastoral
da Criança, em setembro de 1983.
Aquilo que era uma semente, que começou na cidade de
Florestópolis, Estado do Paraná, no Brasil, se converteu no
Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil, presente em 42 mil comunidades pobres e nas 7.000
paróquias de todas as Dioceses da Brasil.
Por força da solidariedade fraterna, uma rede de 260 mil
voluntários, dos quais 141 mil são líderes que vivem em
comunidades pobres, 92% são mulheres, e participam
permanentemente da construção de um mundo melhor, mais justo
e mais fraterno, em serviço da vida e da esperança. Cada
voluntário dedica em média 24 horas ao mês a esta missão
transformadora de educar as mães e famílias pobres,
compartilhar o pão da fraternidade e gerar conhecimentos
para a transformação social.
O objetivo da Pastoral da Criança é reduzir as causas da
desnutrição e a mortalidade infantil, promover o
desenvolvimento integral das crianças, desde sua concepção
até o seis anos de idade. A primeira infância é uma etapa
decisiva para a saúde, a educação, a consolidação dos
valores culturais, o cultivo da fé e da cidadania com
profundas repercussões por toda a vida.
Um pouco de história:
Sou a 12ª de 13 irmãos, cinco deles são religiosos. Três
irmãs religiosas e dois sacerdotes franciscanos. Um deles é
D. Paulo Evaristo, o Cardel Arns, Arcebispo emérito de São
Paulo, conhecido por sua luta em favor dos direitos humanos,
principalmente durante os vinte anos da ditadura militar do
Brasil.
Em maio de 1982, ao voltar de uma reunião da Organização das
Nações Unidas (ONU), em Genebra, D. Paulo me chamou pelo
telefone a noite. Naquela reunião, James Grant, então
diretor executivo da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a
Infância), falou com insistência sobre o soro oral.
Considerado como o maior avanço da medicina no século
passado, esse soro era capaz de salvar da morte milhões de
crianças que poderiam morrer por desidratação devido a
diarreia, uma das principais causas da mortalidade infantil
no Brasil e no mundo. James Grant conseguiu convencer a D.
Paulo para que motivasse a Igreja Católica a ensinar as mães
a preparar e administrar o soro oral. Isto podia salvar
milhares de vidas.
Viúva fazia cinco anos, eu estava, naquela noite história,
reunida com os cinco filhos, entre os nove e dezenove anos,
quando recebi a chamada telefônica do meu irmão D. Paulo.
Ele me contou o que havia passado e me pediu para refletir
sobre ele. Como tornar realidade a proposta da Igreja de
ajudar a reduzir a morte das crianças? Eu me senti feliz
diante deste novo desafio. Era o que mais desejava: educar
as mães e famílias para que soubessem cuidar melhor de seus
filhos!
Creio que Deus, de certo modo, havia me preparado para esta
missão. Baseada na minha experiência como médica pediatra e
especialista em saúde pública e nos muitos anos de direção
dos serviços públicos de saúde materna-infantil, compreendi
que, além de melhorar a qualidade dos serviços públicos e
facilitar às mães e crianças o acesso a eles, o que mais
falta fazia às mães pobres era o conhecimento e a
solidariedade fraterna, para que pudessem colocar em prática
algumas medidas básicas simples e capazes de salvar seus
filhos da desnutrição e da morte, como por exemplo a
educação alimentar e nutricional para as grávidas e seus
filhos, a amamentação materna, as vacinas, o soro caseiro, o
controle nutricional, além dos conhecimentos sobre sinais e
sintomas de algumas doenças respiratórias e como as
prevenir.
Me vem a mente então a metodologia que utilizou Jesus para
saciar a fome de 5.000 homens, sem contar as mulheres e as
crianças. Era noite e tinham fome. Os discípulos disseram a
Jesus que o melhor era que deixassem suas casa, mas Jesus
ordenou: "Dai-lhes vós de comer". O apóstolo Felipe disse a
Jesus que não tinham dinheiro para comprar comida para tanta
gente. André, irmão de Simão, sinalou a uma criança que
tinha dois peixes e cinco pães. E Jesus mandou que se
sentassem em grupos de cinquenta a cem pessoas (em pequenas
comunidades). Então pensei: Por que morrem milhões de
crianças por motivos que podem facilmente ser prevenidos? O
que faz com que eles se tornem criminosos e violentos na
adolescência?
Recordei o inicio da minha carreira, quando me desafiei a
querer diminuir a mortalidade infantil e a desnutrição.
Vieram a minha mente milhares de mães que trocaram o leite
materno pela mamadeira diluída em água suja. Outras mães que
não vacinam seus filhos, quando não havia ainda cesta básica
no Centro de Saúde. Outras mães que limpavam o nariz de
todos os seus filhos com o mesmo pano, ou pegavam seus
filhos e os humilhavam quando faziam xixi na cama. E ainda
mais triste, quando o pai chegava em casa bêbado. Ao ouvir o
grito de fome e carinho de seus filhos, os venciam mesmo
quando eram muito pequenos. Sabe-se, segundo resultados de
pesquisas da OMS (Organização Mundial da Saúde), cuja
publicação acompanhei em 1994, que as crianças maltratadas
antes de um ano de idade têm uma tendência significativa
para violência, e com frequência fazem crimes antes dos 25
anos.
A Igreja,
que somos todos nós, que devíamos fazer?
Tive a seguridade de seguir a metodologia de Jesus:
organizara as pessoas em pequenas comunidades; identificar
líderes, famílias com grávidas e crianças menores de seis
anos. Os líderes que se dispusessem a trabalhar
voluntariamente nessa missão de salvar vidas, seriam
capacitados, no espírito da fé e vida, e preparados técnica
e cientificamente, em ações básicas de saúde, nutrição,
educação e cidadania. Seriam acompanhados em seu trabalho
para que não se desanimassem. Teriam a missão de
compartilhar com as famílias a solidariedade fraterna, o
amor, os conhecimentos sobre os cuidados com as grávidas e
as crianças, para que estes sejam saudáveis e felizes. Assim
como Jesus ordenou que considerassem se todos estavam
saciados, tínhamos que implantar um sistema de informações,
com alguns indicadores de fácil compreensão, inclusive para
líderes analfabetos ou de baixa escolaridade. E vi diante de
mim muitos gestos de sabedoria e amor apreendidos com o
povo.
Senti que ali estava a metodologia comunitária, pois podia
se desenvolver em grande escala pelas dioceses, paróquias e
comunidades. Não somente para salvar vidas de crianças, mas
também para construir um mundo mais justo e fraterno. Seria
a missão do "Bom Pastor", que estão atentos a todas as
ovelhas, mas dando prioridade àquelas que mais necessitam.
Os pobres e os excluídos.
Naquela maravilhosa noite, desenhei no papel uma comunidade
pobre, onde identifique famílias com grávidas e filhos
menores de seis anos e lideres comunitários, tanto católicos
como de outras confissões e culturas, para levar adiante
ações de maneira ecumênica, pois Jesus veio par que "todos
tenham Vida e Vida em abundância" (João 10,10). Isto é o que
precisa ser feito aqui no Haiti: fazer um mapa das
comunidades pobres, identificar as crianças menores de 6
anos e suas famílias e lideres comunitários que desejam
trabalhar voluntariamente.
Desde a primeira experiência, a Pastoral da Criança cultivou
a metodologia de Jesus, que é aplicada em grande escala. No
Brasil, em mais de 40 mil comunidades, de 7.000 paróquias de
todas as 272 diocese e preladias. Está se estendendo a 20
países. Estes são, na América Latina e no Caribe: Argentina,
Bolívia, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Peru, Venezuela,
Guatemala, Panamá, República Dominicana, Haiti, Honduras,
Costa Rica e México; na África: Angola, Guiné-Bissau, Guiné
Conakry e Moçambique e na Ásia: Filipinas e Timor Leste.
Para organizar melhor e compartilhar as informações e a
solidariedade fraterna entre as mães e famílias vizinhas, as
ações se baseiam em três estratégias de educação e
comunicação: individual, de grupo e de massas. A Pastoral da
Criança utiliza simultaneamente as três formas de
comunicação para reforçar a mensagem, motivar e promover
mudanças de conduta, fortalecendo as famílias com
informações sobre como cuidar dos filhos, promovendo a
solidariedade fraterna.
A educação e comunicação individual se fazem através da
'Visita Domiciliar Mensal nas famílias' com grávidas e
filhos. Os líderes acompanham as famílias vizinhas nas
comunidades mais pobres, nas áreas urbanas e rurais, nas
aldeias indígenas e nos quilombos, e nas áreas ribeirinhas
do Amazonas. Atravessam rios e mares, sobem e descem montes
de encostas íngremes, caminham léguas, para ouvir os
clamores das mães e famílias, para educar e fortalecer a
paz, a fé e os conhecimentos. Trocam ideias sobre saúde e
educação das crianças e das grávidas; ensinam e aprendem.
Com muita confiança e ternura, fortalecem o tecido social
das comunidade, o que leva a inclusão social.
Motivados pela Campanha Mundial patrocinadas pela ONU
(Organização das Nações Unidas), em 1999, com o tema "Uma
vida sem violência é um direito nosso", a Pastoral da
Criança incorporou uma ação permanente de prevenção da
violência com o lema "A Paz começa em casa". Utilizou como
uma das estratégias de comunicação a distribuição de seis
milhões de folhetos com "10 Mandamentos para alcançar a paz
na família", debatíamos nas comunidades e nas escolas, do
norte ao sul do país.
As visitas, entre tantas outras ações, servem para promover
a amamentação materna, uma escola de dialogo e compartilhar,
principalmente quando se dá como alimento exclusivo até os
seis meses e se continua dando como alimento preferencial
além do um ano, inclusive além dos dois anos,
complementarmente com outros alimentos saudáveis. A sucção
adapta os músculos e ossos para uma boa dicção, uma melhor
respiração e uma arcada dentária mais saudável.
O carinho da mãe acariciando a cabeça do bebe melhora a
conexão dos neurônios. A psicomotricidade da criança que
mama no peito é mais avançada. Tanto é assim que se senta,
anda e fala mais rápido, aprende melhor na escola. É fator
essencial para o desenvolvimento afetivo e proteção da saúde
dos bebês, para toda a vida. A solidariedade desponta,
promovida pelas horas de contato direto com a mãe. Durante a
visita domiciliar, a educação das mulheres e de seus
familiares eleva a autoestima, estimula os cuidados pessoais
e os cuidados com as crianças. Com esta educação das
famílias se promove a inclusão social.
A educação e a comunicação grupal têm lugar cada em cada mês
em milhares de comunidades. Esse é o Dia da Celebração da
Vida. Momento dedicado ao fortalecimento da fé e da amizade
entre famílias. Além do controle nutricional, estão os
brinquedos e as brincadeiras com as crianças e a orientação
sobre a cidadania. Neste dia as mães compartilham práticas
de aproveitamento adequado de alimentos da região de baixo
custo e alto valor nutritivo. As frutas, folhas verdes,
sementes e talos, que muitas vezes não são valorizados pelas
famílias.
Outra oportunidade de formação de grupo é a Reunião Mensal
de Reflexão e Evolução dos líderes da comunidade. O objetivo
principal desta reunião é discutir e estabelecer soluções
para os problemas encontrados.
Essas ações integram o sistema de informação da Pastoral da
Criança para poder acompanhar os esforços realizados e seus
resultados através de Indicadores. A desnutrição foi
controlada. De mais de 50% de desnutridos no começo, hoje
está em 3,1%. A mortalidade infantil foi drasticamente
reduzida e hoje está em 13 mortos por mil nascidos vivos nas
comunidades com Pastoral da Criança. O índice nacional é
2,33, mas se sabe que as mortes em comunidades pobres, onde
estão a Pastoral da Criança, é maior que é na média geral.
Em 1982, a mortalidade infantil no Brasil foi 82,8 mil
nascidos vivos. Estes resultados têm servido de base para
conquistar entidades, como o Ministério da Saúde, Unicef,
Banco HSBC, e outras empresas. Elas nos apoiam nas
capacitações e em todas as atividades básicas de saúde,
nutrição, educação e cidadania. O custo criança/mês é de
menos de US$ 1.
Em relação à educação e à comunicação de massas apresentará
três experiências concretas de como a comunicação é um
instrumento de defesa dos direitos da infância.
Materiais impressos
O material impresso foi concebido especificamente para
ajudar a formação do líder da Pastoral da Criança. Os
instrutores e os multiplicadores servem como ferramenta de
trabalho na tarefa de guiar as famílias e comunidades sobre
questões de saúde, nutrição, educação e cidadania. Além do
Guia da Pastoral da Criança, se colocou em marcha
publicações como o Manual do Facilitador, Brinquedos e
Jogos, Comida e as Hortas Familiares, alfabetização de
jovens e adultos e mobilização social.
O jornal da Pastoral da Criança, com tiragem mensal de cerca
de 280 mil, ou seja 3 milhões e 300 mil exemplares por ano,
chega a todos os líderes da Pastoral da Criança. É uma
ferramenta para a formação continua.
O Boletim Dicas abarca questões relacionadas com a saúde e a
educação para cidadania. Este especialmente concebido para
os coordenadores e capacitadores da Pastoral da Criança.
Cada publicação chega a 7.000 coordenadores.
Para ajudar na vigilância das mulheres grávidas, a Pastoral
da Criança criou os laços de amor, cartões com conselhos
sobre a gravidez e um partos saudável.
Outros materiais impressos de grande impacto social é o
folheto com os 10 mandamentos para a Paz na Família, 12
milhões de folhetos foram distribuídos nos últimos anos.
Além desses materiais impressos, se envia para as
comunidades da Pastoral da Criança material para o trabalho
de pesagem das crianças, objetos como balanças e também
colheres de medir para a reidratarão oral e sacos de
brinquedos para as crianças brincarem no dia da celebração
da vida.
Material de som e vídeo
Outra área em que a Pastoral da Criança produz materiais é
de som e a produção de filmes educativos. O Show ao vivo da
Rádio da Vida, produzido e gravado no estúdio da Pastoral da
Criança, chega a milhões de ouvintes em todo Brasil. Com os
temas de saúde, de educação na primeira infância e a
transformação social, o programa de rádio Viva a Vida se
transmite semanalmente 3.740 vezes. Estamos "no ar", de
2.310 horas semanais em todo Brasil. Além disso, o Programa
Viva a Vida também se executa em vários tipos de sistemas de
som de CD e aparados nas reuniões de grupo.
A Pastoral da Criança também produz filmes educativos para
melhorar e dar conhecimento de seu trabalho nas bases.
Atualmente há 12 títulos produzidos que sem ocupam na
prevenção da violência contra as crianças, comida saudável,
na gravidez, e na participação dos Conselhos Municipais de
Saúde, na preservação da AIDS e outros.
Campanhas
A Pastoral da Infância realiza e colabora em várias
campanhas para melhorar a qualidade de vida das mulheres
grávidas, famílias e crianças. Estes são alguns exemplos:
a. Campanhas de sais de reidratação oral
b. Campanha de Certidão de Nascimento: a falta de
informação, a distância dos cartórios e a burocracia fazem
com que as pessoas fiquem sem certidões de nascimentos.
c. Campanha de Certidão de Nascimento: a falta de
informação, a distância dos escritórios e a burocracia fazem
com que as pessoas fiquem sem uma certidão de nascimento. A
mobilização nacional para o registro civil de nascimento,
que une o Estado brasileiro e a sociedade, [busca] garantir
a cada cidadão de pleno direito o nome e os direitos.
d. Campanha para promover o aleitamento materno: o leite
materno é um alimento perfeito que Deus colocou à
disposiçãonos primeiros anos de vida.
Permanentemente, a Pastoral da Criança promove o aleitamento
materno exclusivo até os seis meses e, em seguida,
continuar, com outros alimentos. Isso protege contra
doenças, desenvolve melhor e fortalece a criança.
e. Campanha de prevenção da tuberculose, pneumonia e
hanseníase: as três doenças continuam a afetar muitas
crianças e adultos em nosso país. A Pastoral da Criança
prepara materiais específicos de comunicação para educar o
público sobre sintomas, tratamento e meios de prevenção
destas doenças.
f. Campanha de Saneamento: o acesso à água potável e o
tratamento de águas residuais contribuem para a redução da
mortalidade infantil. A Pastoral da Criança, em colaboração
com outros organismos, mobiliza a comunidade para a demanda
por tais serviços a governos locais e usa os meios ao seu
dispor para divulgar informações relacionadas ao saneamento.
g. Campanha de HIV/Aids e Sífilis: o teste do HIV/Aids e
sífilis durante o pré-natal permite a redução de 25% para 1%
do risco de transmissão para o bebê. A Pastoral da Criança
apoia a campanha nacional para o diagnóstico precoce destas
doenças.
h. Campanha para a Prevenção da morte súbita de bebês
"Dormir de barriga para cima é mais seguro": Com a
finalidade de alertar sobre os riscos e evitar até 70% das
mortes súbitas na infância, a Pastoral da Criança lançou
esta grande campanha dirigida às famílias para que coloquem
seus bebês para dormir de barriga para cima.
i. Campanha de Prevenção do Abuso Infantil: Com esta
campanha, a Pastoral da Criança esclarece as famílias e a
sociedade sobre a importância da prevenção da violência,
espancamentos e abuso sexual. Esta campanha inclui a
distribuição de folheto com os dez mandamentos para a paz na
família, como um incentivo para manter as crianças em uma
atmosfera de paz e harmonia.
j. Campanha - 20 de novembro, dia de oração e de ação para
as crianças: A Pastoral da Criança participa dos esforços
globais para a assistência integral e proteção a crianças e
adolescentes, em colaboração com a Rede Mundial de Religiões
para a Infância (GNRC).
Em dezembro de 2009, completei 50 anos como médica e, antes
de 2002, confesso que nunca tinha ouvido falar em qualquer
programa da Unicef ou da Organização Mundial de Saúde (OMS),
ou de outra agência da Organização das Nações Unidas (ONU),
que estimulasse a espiritualidade como um componente do
desenvolvimento pessoal. Como um dos membros da delegação do
Brasil na Assembleia das Nações Unidas em 2002, que reuniu
186 países, em favor da infância, tive a satisfação de ouvir
a definição final sobre o desenvolvimento da criança, que
inclui o seu "desenvolvimento físico, social, mental,
espiritual e cognitivo".
Este foi um avanço, e vem ao encontro do processo de
formação e comunicação que fazemos na Pastoral da Criança.
Neste processo, vê-se a pessoa de maneira completa e
integrada em sua relação pessoal com o próximo, com o
ambiente e com Deus.
Estou convencida de que a solução da maioria dos problemas
sociais está relacionada com a redução urgente das
desigualdades sociais, com a eliminação da corrupção, a
promoção da justiça social, o acesso à saúde e à educação de
qualidade, ajuda mútua financeira e técnica entre as nações,
para a preservação e restauração do meio ambiente.
Como destaca o recente documento do papa Bento 16, "Caritas
in veritate" (Caridade na verdade), "a natureza é um dom de
Deus, e precisa ser usada com responsabilidade." O mundo
está despertando para os sinais do aquecimento global, que
se manifesta nos desastres naturais, mais intensos e
frequentes. A grande crise econômica demonstrou a
inter-relação entre os países.
Para não sucumbir, exige-se uma solidariedade entre as
nações. É a solidariedade e a fraternidade aquilo de que o
mundo precisa mais para sobreviver e encontrar o caminho da
paz.
Final
Desde a sua fundação, a Pastoral da Criança investe na
formação dos voluntários e no acompanhamento de crianças e
mulheres grávidas, na família e na comunidade.
Atualmente, existem 1.985.347 crianças, 108.342 mulheres
grávidas de 1.553.717 famílias. Sua metodologia comunitária
e seus resultados, assim como sua participação na promoção
de políticas públicas com a presença em Conselhos de Saúde,
Direitos da Criança e do Adolescente e em outros conselhos
levaram a mudanças profundas no país, melhorando os
indicadores sociais e econômicos.
Os resultados do trabalho voluntário, com a mística do amor
a Deus e ao próximo, em linha com nossa mãe terra, que a
todos deve alimentar, nossos irmãos, os frutos e as flores,
nossos rios, lagos, mares, florestas e animais. Tudo isso
nos mostra como a sociedade organizada pode ser protagonista
de sua transformação. Neste espírito, ao fortalecer os laços
que ligam a comunidade, podemos encontrar as soluções para
os graves problemas sociais que afetam as famílias pobres.
Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um
ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe de
predadores, ameaças e perigos, e mais perto de Deus,
deveríamos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado,
promover o respeito a seus direitos e protegê-los.
Muito Obrigada!
Que Deus esteja convosco!
Dra. Zilda Arns Neumann
Médica pediatra e especialista em Saúde Pública
Fundadora e Coordenadora da Pastoral da Criança
Internacional
Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa
Tradução de
DANIEL RONCAGLIA, colaboração para a Folha Online
ADETS – Assessoria e
Desenvolvimento para Excelência do Terceiro Setor
WWW.adets.com.br